[Resenha] Roma

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Filme: Roma

Data de lançamento: 14 de dezembro de 2018

Duração: 2h 15min

Gênero: Drama

Direção: Alfonso Cuarón

Elenco: Yalitza Aparicio, Marina de Tavira, Nancy Garcia, Verónica Garcia, Daniela Demesa, Fernando Grediaga, Jorge Antonio Guerrero, Marco Graf, entre outros

Nacionalidade: México, EUA

Sinopse: Cidade do México, 1970. A rotina de uma família de classe média é controlada de maneira silenciosa por uma mulher (Yalitza Aparicio), que trabalha como babá e empregada doméstica. Durante um ano, diversos acontecimentos inesperados começam a afetar a vida de todos os moradores da casa, dando origem a uma série de mudanças, coletivas e pessoais.

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Opinião: O filme Roma estava na minha lista de "filmes para serem assistidos" desde suas indicações ao Oscar. Quando li a sinopse da trama fiquei bem curiosa para conferir a história e o fato de ser dirigido por Alfonso Cuarón aumentou ainda mais o meu interesse na narrativa.

Porém, o fato de ser em preto e branco e com poucos diálogos, como já havia lido em algumas resenhas, de certa forma construiam uma barreira entre a minha pessoa e o filme, por isso acabei demorando um pouco mais para realmente assisti-lo.

imagem retirada do site O que tem na nossa estante

Quando finalmente consegui conferir o filme, a surpresa foi grande, o filme é de fato diferente do senso comum, a forma como ele foi produzido traz toda a sensibilidade e profundidade contida na história para a tela do filme. 

Cleo, que é protagonista da história, consegue transmitir seus sentimentos, que aparentam ser bem intensos, através do seu olhar e de suas poucas falas. A personagem sofre bastante ao longo do filme devido a uma gravidez indesejada, e além da sua gestação, ela precisa lidar com as crianças da casa onde trabalha e também com o momento difícil pelo qual a família passa.

imagem retirada do site Cultura Genial

Aproveitando o contexto familiar, a mãe das crianças, Sofia, também é uma personagem muito marcante, ela luta pelo seu casamento, e quando o divórcio acaba acontecendo, ela faz de tudo para manter a felicidade dos seus filhos. A união de Cleo e Sofia nesse momento difícil foi um aspecto que foi bem positivo no filme, mostrando a cumplicidade de duas mulheres que mesmo vindas de diferentes classes sociais, demonstram sua empatia uma pela outra.

Roma é um filme profundo, que exige do espectador bastante atenção para entender e absorver tudo o que a trama tem a oferecer. Confesso que em alguns momentos a narrativa se torna um pouco cansativa, mas em compensação, a maior parte do filme trabalha muito com a intensidade daquela história, tornando o filme, mesmo que denso, uma produção audiovisual diferente e excêntrica.

imagem: Divulgação

Vou destacar aqui duas cenas que foram marcantes e merecem ser comentadas: a primeira é a cena do parto da Cleo, quando ela e os médicos percebem que o bebê nasceu morto, a tensão e tristeza que toma conta daquele cenário conseguem ser profundamente sentidas pelo espectador, o fato que o corpo de bebê permanecer um bom tempo na cena colabora mais ainda para essa sensação. 

A segunda cena é de Cleo com as crianças na praia, quando elas se afogam, e a babá, mesmo sem saber nadar, não pensa duas vezes e  entra no mar para salvar a dupla. Essa foi uma cena que me causou um desconforto enorme, a sensação era de que nenhum deles ia conseguir sair dali. Esse é outro momento em que os sentimentos dos personagens são transmitidos ao espectador e também mostra o amor que a protagonista sente pelas crianças e do que ela capaz de fazer pela vida dos pequenos.

Confira o trailer: